Jovens são acolhidas em uma República na Serra

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Adolescentes que atingiram a maioridade nos abrigos recebem apoio para trabalhar.

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No início da tarde desta quinta-feira (22), foi realizada no 1º Juizado da Infância e Juventude, município de Serra, uma Audiência de Desligamento de quatro jovens residentes do sistema de acolhimento que serão encaminhadas para a República de Jovens. Uma iniciativa pioneira para que as adolescentes, após atingir a maioridade, vivenciem um momento que poderia ser de angústia em uma oportunidade de um futuro melhor.

As adolescentes, que não foram adotadas e atingiram a maioridade, completando 18 anos , vão morar na República de Jovens, primeira experiência de organização e autonomia efetiva, uma iniciativa do Lar Batista Albertine Meador, que elaborou o projeto EmancipAção, que conta com o patrocínio da Petrobras para custear parte dos custos.

As jovens vão receber durante dois anos suporte financeiro e técnico para o desenvolvimento, efetiva autonomia e colocação profissional. Elas já estão no processo de transição do abrigo para a república há cinco meses, participando de todo o processo de decisão, desde a escolha do apartamento, dos móveis e dos equipamentos.

A juíza da 1ª Vara da Infância e da Juventude da Serra, Gladys Henrique Pinheiros, afirmou que esta é uma iniciativa muito bem-vinda, pois proporciona às jovens que atingiram a maioridade e não podem permanecer nos abrigos, que lutem por sua autonomia, trabalhando e estudando, até que consigam se autogerir.

Participaram da solenidade representantes do JIJUS e toda a rede do sistema de acolhimento institucional do município da Serra, que inclui as secretarias de Ação Social e Saúde e o Ministério Público.

Karla Mendes Ramos Loureiro, coordenadora do Lar Batista Albertine Meador, ressalta que a iniciativa partiu da demanda da instituição e dos demais abrigos do município, uma vez que possuem jovens ainda acolhidos e sem a existência de um serviço voltado para o perfil deste público. “Está previsto na tipificação dos serviços de acolhimento a República para jovens oriundos de abrigos, porém ainda não existia no município.
No espaço elas poderão cuidar de seu desenvolvimento e estudo, como numa república, com infraestrutura e autonomia. Algumas já trabalham, e no momento quatro vão morar na República de Jovens”.

Segundo Karen Marchesi, assistente social do Projeto EmancipAção, este é um sonho que está sendo realizado. “Elas vão morar juntas, porém sem a tutela do Estado, e não terão cuidadores no cotidiano. São bem-vindas ao mundo adulto, da autonomia e das responsabilidades, e continuamos na torcida e investindo na vida dessas meninas, porém agora de outra forma.”

Lorena, de 21 anos, uma das jovens que inicia nova etapa de sua vida na República de Jovens, está ansiosa. Ela foi abrigada desde os 8 anos devido a conflitos no âmbito familiar e agora tem esperança de seguir em frente na profissão que escolheu: serviço social. “Minha história de vida me levou a isso. Faço estágio na área pois ficava curiosa em ver a maneira como estas profissionais cuidavam das crianças”.

O futuro, para Lorena, que teve a oportunidade de seguir em frente e vivenciar um mundo diferente daquele que é conhecido como uma família constituída, é descrito por ela com um trecho da música “Aquarela”, composição de Toquinho, Vinicius de Moraes, M. Fabrizio e G. Morra: “… E ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está. E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar; Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar. Sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar.”

Vitória, 22 de maio de 2014

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