Adoções apresentam mudanças no perfil de crianças e de pretendentes, de acordo com registros do Poder Judiciário Estadual

Silhueta de uma família projetada na areia.

O projeto “Esperando Por Você” despertou o interesse por adoções de crianças mais velhas.

O panorama de adoções no Espírito Santo apresentou mudanças significativas neste último ano, resultado do sucesso da campanha “Esperando por você”. A primeira delas é em relação ao perfil das crianças adotadas. Apesar da maioria dos pretendentes ainda preferir bebês e crianças pequenas e sem nenhuma condição especial de saúde, cresceu o número de adoções de crianças mais velhas, inclusive com alguma limitação por conta da saúde e de grupos de irmãos.

De acordo com os resultados da campanha “Esperando por você”, ao longo de 1 ano e meio, das 31 crianças que participaram, 6 foram incluídas em novas famílias. Todas tinham mais de 12 anos de idade. Uma delas, estava prestes a completar a maioridade. Dois deles, possuíam condição especial de saúde. E outros dois, faziam parte de um grupo de irmãos.

Para a assistente social da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja), Luciana Lacerda, o projeto conseguiu desmistificar a imagem das crianças que fazem parte desses perfis, que até então, eram preteridos pelos integrantes da lista de adoção. “A partir do momento em que as crianças e adolescentes se expressam nos vídeos, seja jogando bola, cantando ou falando sobre seus desejos, as pessoas passam a enxergá-las de outra forma. Com empatia. Sem aquele velho estereótipo da criança acolhida, triste e sem planos para o futuro”.

Luciana também destaca que a pessoa interessada em adotar deve, antes de tudo, entender sua motivação e conversar com a família, já que a criança fará parte de todo esse contexto. “É preciso se preparar para ser pai ou mãe, para aceitar o filho do jeito que ele vier. Na adolescência, por exemplo, filhos biológicos podem apresentar comportamentos que não são previsíveis, assim como pode acontecer com filhos adotivos. Adoção demanda um preparo psicológico, físico, emocional. Assim como numa gestação”.

Outra mudança que vem ocorrendo no cenário de adoções estaduais é em relação aos perfis dos pretendentes. De acordo com a psicóloga Dianne Wruck, também integrante da Ceja, as Varas da Infância e da Juventude têm habilitado cada vez mais pessoas solteiras e casais homoafetivos em união estável, que pretendem formar uma família por meio da adoção.

“O último processo concluído através da campanha “Esperando por você”, foi a adoção de uma adolescente de 17 anos por um casal homoafetivo. Também temos um pretendente solteiro em fase de aproximação com um grupo de irmãos. Ou seja, temos novas configurações de famílias postulantes. Entretanto ainda há um desconhecimento por parte da população de que o Poder Judiciário aceita essas novas configurações sem discriminação. O essencial é que o pretendente possa oferecer condições necessárias para o exercício da parentalidade”.

Saiba Mais

Hoje em todo o estado existem 100 crianças e adolescentes disponíveis para adoção e 924 pretendentes habilitados.

Para adotar, o pretendente precisa ser habilitado, ter no mínimo 18 anos de idade e ser pelo menos 16 anos mais velho que o adotando. Pode ser solteiro, divorciado, casado ou em união estável. Estado civil e orientação sexual não são relevantes para o processo de adoção.

Para se habilitar é preciso procurar a Vara da Infância e da Juventude da cidade onde vive e participar dos cursos preparatórios, que abordam questões sócio jurídicas, psicológicas e motivacionais. Em seguida, passar por acompanhamento psicossocial, entrevistas e visitas domiciliares, que irão subsidiar a decisão do juiz para o deferimento ou não da habilitação.

A campanha “Esperando por você” é voltada para crianças mais velhas ou aquelas com alguma condição especial de saúde e, também, grupos de irmãos.

Vitória, 11 de outubro de 2018.

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