Juíza do RJ fala sobre valorização financeira dos afetos no Congresso de Direito de Família e Psicanálise

A magistrada e escritora Andréa Pachá expôs os desafios do Judiciário em lidar com os conflitos dos novos modelos de família e a necessidade de humanização do Direito.

O 2° dia do Congresso Brasileiro de Direito de Família e Psicanálise, promovido pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), em parceria com a Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória e a Escola Superior da Magistratura do Espírito Santo (Esmages) aconteceu nesta sexta-feira, 23, no pleno do TJES. O tema central do evento, que reuniu desembargadores, juízes, advogados, psicanalistas e estudantes, foi: “Os Conflitos Familiares e sua Judicialização”.

A coordenadora do Núcleo Permanente de Solução de Conflitos do TJES (Nupemec) e diretora da Esmages, desembargadora Janete Vargas Simões, fez a abertura e coordenou os trabalhos do período da tarde. Em sua fala, a desembargadora apresentou a conferencista convidada, juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e escritora, Andréa Pachá.

“Estamos iniciando agora a 2ª etapa do nosso dia de trabalho e é um prazer muito grande receber como convidada a juíza Andréa Pachá, amiga de longa data e profissional completa. Para quem a conhece através de seus livros e trabalho, sabe de seu comprometimento com o cidadão e a justiça”, declarou a magistrada.

A juíza Andréa Pachá apresentou o tema “Valorização Financeira dos Afetos”. Ao iniciar a conferência, a magistrada ressaltou a importância do diálogo como ferramenta essencial na solução de conflitos tratados no Direito de Família. “O Direito de Família exige de nós uma formação muito mais integral e compassiva para com o outro, especialmente também nesse ambiente em que vivemos de tanto confronto e irascibilidade, onde temos tanta dificuldade em fazer prevalecer a palavra e o diálogo, ferramentas fundamentais com o que trabalhamos”.

A escritora, que atuou por quase 20 anos na área de família, relatou experiências que teve quando lidou com processos judiciais de conflitos familiares. “Às vezes o Judiciário é o único ambiente em que uma família consegue dialogar sem interrupção”, afirmou. Ainda, a juíza expôs os desafios do Judiciário em lidar com conflitos dos novos modelos de família e a necessidade de humanização do Direito. “É importante humanizar a justiça para que ela compreenda o nosso papel humano no meio desses conflitos, sob o risco de, ao invés de humanizarmos o sistema jurídico, judicializarmos o humano”, declarou, a partir de exemplos concretos que demonstraram que a reparação pecuniária não é solução de combate aos desacordos na família. Com o encerramento da escritora, a coordenadora do Núcleo Permanente de Solução de Conflitos do TJES (Nupemec) e diretora da Esmages, desembargadora Janete Vargas Simões, fez uso da palavra no intuito de enfatizar a importância do debate a fim de alcançar uma justiça equilibrada e humana.

Após a segunda conferência, a advogada Flávia Brandão Maia Perez, presidente da Comissão Especial de Direito de Família e Sucessões, e a psicanalista Vera Tardin de Castro apresentaram a 4ª mesa redonda do dia com o tema “Parentalidade socioafetiva e Multiparentalidade”. A psicóloga Carolina Cassaro Gurgel coordenou os trabalhos.

Para o encerramento do 2° Congresso Brasileiro de Direito de Família e Psicanálise, o promotor de justiça Francisco Martinez Berdeal e a psicanalista Renata Conde Vescovi estiveram a frente da última mesa de debate, sob coordenação da psicanalista Marcélia Marino Côgo.

No período da manhã foram realizadas três mesas redondas. A primeira ficou a cargo da juíza de Direito da 2ª Vara da Infância e Juventude de Vila Velha, Patrícia Pereira Neves e da psicanalista Cecília Costa Oliveira; a segunda formada pelo advogado Igor Santana e pela psicanalista Vera Lúcia Saleme Colnago; e a terceira pelo juiz de Direito Rafael Calmon, da Vara Cível e Comercial de Viana e pela psicanalista Darlene Vianna Gaudio Angelo Tronquoy.

Vitória, 23 de agosto de 2019

 

 

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