Criadora dos Círculos de Paz, Kay Pranis, realiza workshop sobre Justiça Restaurativa em Vila Velha

O curso capacitou diversos profissionais para disseminarem os círculos em unidades judiciárias, escolas e comunidade. Ainda nesta semana, a Juíza Patrícia Neves conheceu projetos do TJRS.

Magistrados, professores, promotores, advogados, psicólogos, assistentes sociais e conselheiros tutelares participaram do Workshop de aprofundamento em práticas de Justiça Restaurativa com a criadora dos Círculos de Construção de Paz, a ativista e professora norte-americana Kay Pranis. O evento aconteceu nesta segunda (15) e terça-feira (16), na Universidade Aberta do Brasil em Vila Velha.

 

Na parte teórica do curso, os participantes ouviram casos vivenciados por Kay Pranis ao longo dos 20 anos em que vem aplicando o método restaurativo em escolas, presídios, empresas e igrejas de todas as partes dos Estados Unidos. Para a professora, os círculos são uma importante ferramenta para restaurar as relações humanas porque representam um espaço de respeito e de acesso à sabedoria por meio das experiências de vida.

“Quando uma pessoa compartilha sua história, há sempre um pedaço que é similar à nossa história, que nos conecta. E assim, passamos a nos importar mais com quem aquela pessoa é, ou com o que ela faz na vida. E a investir para que o relacionamento seja positivo, porque conseguimos nos enxergar uns nos outros. Nos círculos as pessoas estão muito mais dispostas a se conectarem com o coração e não com a razão”. 

Kay também explicou sobre o importante papel exercido pelos facilitadores do diálogo: “Os facilitadores ajudam as pessoas a se conectarem, a pensarem sobre os valores que realmente importam. Eles proporcionam esse momento de trabalho coletivo e, de tempos em tempos, introduzem questões para ajudar, mas nunca é papel dos facilitadores estabelecerem algo ou serem os responsáveis por solucionarem aquele problema particular. Isso sempre pertencerá ao grupo”. 

Na parte prática do workshop, os 90 participantes realizaram 04 dinâmicas circulares em grupos pequenos, onde puderam expressar seus sentimentos e refletir sobre os valores a serem preservados. Para o presidente da Associação dos Magistrados do Espírito Santo (Amages), juiz Daniel Peçanha, a experiência foi muito valiosa: 

“Somos 30 juízes participantes e agora é nosso dever servir como multiplicadores dessas práticas. Pudemos perceber, através de diversos depoimentos, como a Justiça Restaurativa é importante na nossa profissão”. 

No Espírito Santo, os Círculos de Construção de Paz se tornaram uma realidade com o programa Reconstruir o Viver, desenvolvido pela juíza Patrícia Neves, da 1ª Vara da Infância e Juventude de Vila Velha. 

“Com a resolução nº 225/2016, o programa se tornou estadual e a ideia desse workshop é capacitar os profissionais para disseminar as práticas por todos os municípios, nas escolas, nas unidades judiciárias e em diversos ambientes da comunidade”, explicou a juíza Patrícia Neves. 

O encerramento do curso foi marcado por mais emoção, com a apresentação musical dos alunos da escola municipal Jofre Fraga, a primeira a realizar os Círculos de Construção de Paz no Estado. Para a pedagoga da instituição, Daniely Felix Barbosa, os resultados já são significativos. 

“Nós temos visto o quanto eles têm despertado para o diálogo, em vez de tentar resolver os conflitos pela agressão. Antes da realização dos círculos havia mais conflitos. Hoje ainda temos, mas já foi uma semente plantada e sabemos que é um movimento que não pode acabar. Devemos continuar nessa cultura pela paz”. 

No município de Vila Velha, ao todo já são 14 escolas e mais de 1600 alunos e professores passando por cursos de formação em comunicação não violenta e mediação escolar. O programa foi muito elogiado por Kay Pranis: 

“Acho incrível esse trabalho com os jovens nas escolas. Está ajudando as próximas gerações a aprenderem uma diferente forma de viver, e eles aprendem mais rápido que os adultos. Então é um ótimo lugar para começar”. 

 

Juíza Patrícia Neves visitou projetos de Justiça Restaurativa no TJRS

Com o objetivo de conhecer os projetos de Justiça Restaurativa do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, bem como a realização do Depoimento Especial naquele Estado, a Coordenadora das Varas da Infância e Juventude do Espírito Santo, Juíza de Direito Patrícia Pereira Neves, visitou, nesta quinta-feira (18/10), o Foro Central de Porto Alegre.

Durante a visita, a magistrada também falou sobre o programa que coordena no Foro de Vila Velha, o “Reconstruir o Viver”, que, por meio de práticas restaurativas, multiplica métodos pacíficos de solução de conflitos.

 
 

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Vitória, 19 de outubro de 2018.

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