Desembargador oferece representação contra professor

Des William Silva 130O professor da Ufes teria adotado discurso preconceituoso em sala de aula.

Des William Silva 400O desembargador Willian Silva ofereceu representação criminal ao Ministério Público Federal na tarde desta terça-feira, 04, contra o professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) que, nesta segunda-feira, 03, segundo os alunos, teria adotado discurso preconceituoso em relação aos negros.

De acordo com notícias veiculadas nesta terça, enquanto lecionava aos alunos do segundo período de Ciências Sociais, o professor teria externado posicionamento contrário ao sistema de cotas implantado na Ufes e que, atualmente, como consta na representação criminal oferecida pelo desembargador, é previsto em lei federal até mesmo no serviço público.

Em sua representação criminal, o desembargador afirma não haver problema em posicionar-se desfavoravelmente ao sistema de cotas. “Ocorre que, afastando-se das críticas pessoais construtivas que se espera de um professor – e que, nessa condição, deveriam inclusive ser respeitadas -, o representado adotou discurso evidentemente preconceituoso em relação aos alunos negros, destacando a necessidade de utilizar linguagem mais acessível e baixar o nível do ensino para que tais discentes pudessem acompanhar suas aulas”, frisou.

O desembargador ainda destacou na representação que o professor teria afirmado que “detestaria ser atendido por um médico ou advogado negro”. “Sinto-me com a dignidade e o decoro ofendidos na condição de jurista negro, proveniente de família pobre, advogado atuante por vários anos antes do ingresso na carreira da magistratura, e hoje o primeiro desembargador negro capixaba”, destacou o desembargador, que afirma ainda que a conduta praticada pelo professor amolda-se ao crime de injúria.

Dessa forma, sentindo-se ofendido pelo posicionamento do professor em sala de aula, o desembargador Willian Silva requereu o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público Federal para a deflagração da competente da ação penal pública. Em entrevista, o desembargador declarou ser inadmissível que um professor faça esse tipo de afirmação em 2014.

Vitória, 04 de novembro de 2014

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