O processo circular de diálogo é uma das ferramentas do programa Reconstruir o Viver, desenvolvido pela Juíza Patrícia Neves.
Cartolinas estampadas, canetinhas coloridas, fitinhas variadas. Jornalistas foram convidados a confeccionar seus próprios crachás, com suas cores prediletas, nomes ou apelidos pelos quais gostariam de ser chamados. Parece coisa de criança, mas não é! A simples escolha de uma cor ou o simples ato de ajudar o colega na tarefa, já revelam muito sobre nossa personalidade e espírito de solidariedade. Assim teve início o Círculo de Diálogo e Paz, realizado na última quinta-feira (11) pela Juíza da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Vila Velha, Patrícia Neves, que reuniu Jornalistas e alunas de Escola Municipal. A metodologia faz parte do Programa Reconstruir o Viver.
Na primeira dinâmica, cada participante deveria jogar um bichinho de pelúcia para o outro, sempre chamando pelo nome a pessoa que iria receber. Pouco a pouco, girafa, corações, tartarugas e ursinhos voavam pelo ar e vários nomes eram falados ao mesmo tempo. Uma metáfora sobre o caos. E o desafio era exatamente manter a concentração, o olho no olho e a escuta qualificada.
As reflexões sobre o que precisamos exercitar no dia a dia não pararam por aí. Quando o “objeto da palavra” chegava na mão de um participante, era a hora de colocar os sentimentos para fora. Hora de contar sobre dores, aprendizados e qualidades pessoais. As lágrimas foram inevitáveis. A proposta era um aprendizado sobre respeito, empatia, tolerância, perseverança, coragem e muitos outros valores que merecem ser preservados.
O círculo de Paz foi formado por 06 profissionais de comunicação, 01 oficial da Polícia Militar e pelo senador eleito Marcos do Val, que expressaram gratidão em participar do encontro e compreender melhor a metodologia circular utilizada no programa Reconstruir o Viver. Todos ficaram admirados com a postura das facilitadoras do diálogo, as alunas Brinati, Eishley e Alana, da Unidade Municipal de Ensino Fundamental (Umef) Joffre Fraga. E se encantaram com o canto da professora Elaine, interpretando Elis Regina no encerramento do círculo.
A escola Joffre Fraga foi a primeira escola do município a receber o programa Reconstruir o Viver, que é desenvolvido pela Juíza Patrícia Neves no município de Vila Velha, para solucionar conflitos nas Escolas e disseminar a cultura da paz. Ao todo já são 14 escolas e mais de 1600 alunos e professores passando por cursos de formação em comunicação não violenta e mediação escolar.
Na última semana, também foi realizado um Círculo de Paz com profissionais do CRAS, no município de Presidente Kennedy, e outro com juízes na Escola da Magistratura do Espírito Santo. A metodologia aplicada nos ambientes de trabalho é uma forma de aumentar a ligação entre as pessoas e prevenir possíveis atritos, explica a juíza Patrícia Neves.
“Esse é um dos grandes caminhos que os processos circulares da Justiça Restaurativa pode trazer. Seja através de círculos de conflitos e círculos não conflitivos. Nos locais onde vem sendo utilizados já trouxeram grande ganho na convivência, por exemplo, no meu próprio lugar de trabalho. E acredito que disseminando essas práticas vamos pacificar muito as relações internas, a fim de pacificar os conflitos do público externo”.
Saiba Mais
Nesta segunda (15) e terça-feira (16), a criadora dos Processos Circulares da Justiça Restaurativa, Kay Pranis, realiza um Workshop de aprofundamento e supervisão de práticas. O evento acontece na Universidade Aberta do Brasil, no centro de Vila Velha.
Vitória, 15 de outubro de 2018.
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Texto: Tais Valle | tsvalle@tjes.jus.br
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