Durante a semana, a equipe do Ônibus Rosa atendeu mulheres de toda a Grande Vitória no Fórum da Prainha, em Vila Velha.
A 7ª Edição da Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa chegou ao fim nesta sexta-feira (10/3). Ao longo da semana, o Juizado Itinerante da Lei Maria da Penha atendeu a mais de 170 mulheres em frente ao Fórum da Prainha, em Vila Velha. O município foi escolhido como sede por ser um dos que apresenta o maior índice de violência contra a mulher no Estado, no entanto, o evento também recebeu mulheres de Cariacica, Vitória, Serra e Guarapari.
De acordo com a juíza Hermínia Azoury, coordenadora estadual de enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar, 50 mulheres receberam medidas protetivas no Ônibus Rosa. Outras quatro mulheres, que já tinham medida protetiva, compareceram para registrar o descumprimento e foram encaminhadas para as varas onde já correm os processos, para que os juízes tomem as devidas providências, entre elas, a prisão preventiva.
“A cada ano cresce o movimento no evento. Isso mostra que as mulheres agredidas estão criando consciência dos seus direitos e coragem para denunciar seus parceiros”, destacou a magistrada.
Para a juíza, o atendimento humanizado realizado no Juizado da Lei Maria da Penha é um grande diferencial. “Aqui elas se sentem acolhidas e mais à vontade para desabafar do que nas varas comuns”, afirmou.
A Semana da Justiça pela Paz em Casa mostrou novamente que a Violência Doméstica está presente em famílias de qualquer classe social. Entre as mulheres atendidas estavam empregadas domésticas, servidoras públicas, advogadas e médicas. Segundo a estagiária Juliany Campos, que atuou nas seis edições anteriores do evento, essa foi a semana que mais recebeu mulheres de classe alta.
Além de mulheres de todas as classes, o evento recebeu mulheres de todas as idades, como Ana (nome fictício), de 61 anos. Após mais de 40 anos de casamento, ela tomou a iniciativa de denunciar o marido pelas agressões sofridas ao longo da vida.
“Ele sempre bebeu e me agrediu e esse comportamento refletiu na educação dos meus filhos e netos. Eu tentei me separar há 06 anos, cheguei a entrar na justiça, mas desisti da ação porque ele ficou doente e eu resolvi dar uma segunda chance. Mas logo que ele se recuperou, voltou a me agredir”.
E dessa vez, Ana não desistiu e saiu do Ônibus Rosa com a medida protetiva nas mãos. “Nunca é tarde para tomar uma atitude. Meu conselho para as mulheres e meninas mais novas é que não deixem a situação se agravar, que procurem ajuda, porque a agressão de nossos parceiros pode nos levar à depressão e até à morte. É uma violência contra nós e contra toda a nossa família.
A Semana da Justiça Pela Paz termina, mas o Ônibus Rosa segue viagem, levando um pouco de esperança a mulheres de diversos municípios ao longo deste ano. A próxima parada será em Aracruz, com data a ser confirmada.
Vitória, 10 de março de 2017.
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