Leia o discurso na íntegra da vice-presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
A desembargadora Catharina Maria Novaes Barcellos, vice-presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), ressaltou, em seu discurso de saudação aos novos desembargadores, as qualidades dos três novos desembargadores, frisando que na nobre missão de dirimir conflitos, restabelecer a paz e a harmonia no seio das famílias e na sociedade, eles, enquanto profissionais dedicados, por esses predicados foram os escolhidos.
Leia abaixo a íntegra o discurso:
Senhoras e Senhores,
Coube a mim a honra de saudar três importantes personalidades do cenário jurídico capixaba, que a partir de hoje passarão a compor esta Egrégia Corte de Justiça. Refiro-me, aos Desembargadores Janete Vargas Simões, Robson Luiz Albanez e Walace Pandolpho Kiffer.
Estendo a presente saudação aos familiares e amigos dos homenageados,
I) Prazerosamente, cumprimento o ilustre colega e amigo Desº Carlos Simões, esposo da Desembargadora JANETE VARGAS SIMÕES e seus filhos, Thiago Felipe Vargas Simões e Maria Carolina Vargas Simões, fazendo questão de destacar especial homenagem a seus pais Sr. Hugo de Vargas Fortes, já falecido e à Sra Ery Silva Fortes, ambos serventuários da Justiça, tendo a Des. Janete vivenciado as práticas cartorárias e o ambiente forense desde a sua infância;
II) Com enorme satisfação, saúdo a esposa do então Des. ROBSON ALBANEZ – Srª Marcia Cacciari de Aguiar, seus filhos Elaine, Renata, João Luiz, Sara e Robson, bem como seus irmãos Vicelma Lucia Albanez e Diogenes Albanez;
III) Também quanto ao Des. WALACE PANDOLPHO KIFFER, com muito prazer, saúdo sua esposa Edma Silva Pandolpho Kiffer, seus filhos (Flávia e Walace), sua enteada Christine, seu genro Diego Mendiola, bem como os netos Diego Luca e Alice Henrique Ribeiro e seus queridos irmãos Waldeth, Wânia e Wagner Pandolpho Kiffer.
E todos os demais parentes e amigos dos homenageados que se fizerem presentes.
Decerto, todos eles foram parceiros nessa caminhada e espectadores privilegiados da brilhante carreira dos homenageados. O orgulho estampado no semblante de cada um, diga-se de passagem, é a expressão mais autêntica da felicidade gerada por esse acontecimento, que certamente foi aguardado por todos com muita ansiedade.
E não poderia ser diferente, pois este momento simboliza um rito de passagem, verdadeiro ponto de mutação na vida dos três novos Desembargadores. É uma ocasião especial, que bem sei, pela minha experiência pessoal, vem acompanhada de muitas emoções, daquelas que ficam represadas durante muito tempo no peito à espera de uma libertação, materializadas nesta cerimônia de posse.
Acredito que agora, na cabeça de cada um dos senhores, deve estar passando uma retrospectiva da longa trajetória percorrida até aqui, pois ninguém se senta numa dessas cadeiras sem grandes doses de esforço e de renúncia pessoal. O compromisso com a Instituição, plantões, estudos exaustivos para os casos mais complicados, a atmosfera muitas vezes tensa das audiências, a angústia diante dos dramas humanos, processos por toda parte inclusive em casa, nos fins de semana. Enfim, definitivamente não é fácil chegar onde chegaram os novos integrantes deste Tribunal.
Quando ingressamos na Magistratura, sozinhos, cada um por si, iniciamos uma trajetória na qual prevíamos os riscos, sabores e dissabores, as alegrias do percurso e as intempéries que nos causariam apreensão, ora desânimo, ora encorajamento. Obstinados, prosseguimos, enfrentamos o tempo por vezes ameaçador, mas à frente o horizonte se descortinava irradiando as luzes da esperança, e a certeza da existência de um ser Superior que nos sustenta e nos guia tal a magnitude desta missão que nos foi confiada.
Somos os Juízes de nossas mentes, pois temos o livre arbítrio, mas sobre nossas ações estamos sujeitos ao implacável Juízo de Deus. Se nos confiou tão nobre missão, nos dando a oportunidade de dirimir conflitos, restabelecer a paz e harmonia no seio das famílias e na sociedade, por certo nos cobrará a lealdade, a dignidade, a confiança, a humildade e a consciência de que somos simples seres humanos mortais.
Pelo que bem conheço dos três ilustres personagens que hoje tomam assento neste Tribunal, todos são ungidos dessas qualidades. São pessoas simples, de caráter irrepreensível, religiosos, bons pais e mãe, profissionais dedicados, qualificados e exatamente por esses predicados foram os escolhidos.
Quanto à Desembargadora Janete bem posso avaliar os percalços que V. Exa enfrentou ao conciliar as atribuições do lar, de esposa e mãe e do cargo de magistrada. Muitas vezes, tenho certeza de que V. Exa deixou seus pequenos chorando, pedindo a sua companhia, ou doentes necessitando dos seus cuidados especiais e do seu carinho, entregues aos cuidados de um parente ou mesmo de empregados, pesarosa, com o coração apertado por ter que deixá-los. Mas a sua capacidade de superação, o seu senso de responsabilidade e sobretudo o seu amor e a sua delicadeza, solucionavam o problema com os afagos e as palavras mágicas que suavizam a ausência momentânea. E também tenho certeza de que V.Exa cumpriu com galhardia o seu mister, não deixando nenhuma lacuna seja na educação dos filhos, hoje adultos, bem formados , seja no trabalho tão eficiente e até invejável. A Des Janete também exerceu o cargo de Promotora de Justiça e na magistratura ganhou notoriedade como coordenadora dos Juizados Especiais Cíveis deste Estado.
Quanto aos Desembargadores Wallace e Robson, ambos têm em comum a simplicidade e a humildade. São bons chefes de família, pais e esposos dedicados e amorosos. São queridos e respeitados por todos e têm uma extensa lista de amigos. Para minha surpresa soube por um amigo em comum que o Des. Wallace realiza um hobby bem sofisticado que é restaurar carros velhos e tem sua própria oficina, além de ter um barco, o qual usa para pescar e relaxar, não desprezando o futebol, o que também pratica o Des. Robson. Com certeza tais atividades são o seu combustível para ser tão dinâmico, inclusive no trabalho. O Des. Wallace também é egresso do Ministério Público Estadual.
Por tudo isso, é preciso não só valorizar essa conquista, mas também respeitar, honrar e dignificar este local, pois ele é o destino daqueles que, à custa de muito sacrifício, lutaram o bom combate e acreditaram na força transformadora e, sobretudo, emancipatória que o uso profícuo do Direito pode trazer.
O Tribunal de Justiça do Espirito Santo, órgão jurisdicional já centenário, é mais importante do que seus membros, pois sua perenidade contrasta diretamente com a interinidade da estada de cada um dos Desembargadores, os quais, querendo ou não, sabem de antemão a data exata e compulsória do término das suas atividades perante esta Corte de Justiça.
Cabe-nos, desse modo, como componentes desse pretório, velar pela integridade de suas altas funções, sendo-lhe fiéis no desempenho da missão constitucional que lhe foi delegada.
É por isso que jamais poderemos transigir em torno de valores inderrogáveis como a respeitabilidade institucional, a dignidade funcional e a integridade desta Casa de Justiça.
Passada a aflição inerente ao processo eleitoral, é tempo de virar a página e escrever uma nova e bela estória, seja porque a leveza é uma conquista da maturidade, seja porque é um erro ficar olhando a vida pelo retrovisor, sobretudo quando se sabe que, num órgão colegiado, a amizade multiplica as alegrias e divide as angústias inerentes à sublime – mas difícil! – função de julgar. Nesse particular, inclusive, não custa recordar o ensinamento de CHICO XAVIER, segundo o qual “embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”, lição esta ratificada por CORA CORALINA, para quem “o que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada”.
Por essa razão, os novos Desembargadores, em comunhão com seus Pares, são corresponsáveis pela manutenção da união e harmonia no âmbito desta Corte de Justiça, cumprindo recordar, aqui, que as grandes realizações da humanidade não se ampararam em ombros solitários, mas, sim, em equipes de trabalho talentosas e plenamente conscientes de que o todo sempre conseguirá ser maior do que a soma das partes isoladamente consideradas.
Daí a importância de mantermos sempre um relacionamento leal, fraterno e, sobretudo, respeitoso, porque, daqui em diante, dividiremos os mesmos ambientes e partilharemos a grande responsabilidade de decidir os feitos que nos são confiados com a máxima justiça.
Quando recebi o convite para saudar os novos Desembargadores, fiquei particularmente emocionada por 02 (duas) razões: primeiramente, porque, há pouco mais de 05 (cinco) anos, tive a grata satisfação de recepcionar o Dr. Carlos Simões Fonseca, marido da Drª Janete; em segundo plano porque, possivelmente, esta será a última saudação que farei antes de minha aposentadoria, decorrendo daí a missão altaneira de tentar transmitir, na medida do possível, o aprendizado obtido ao longo de uma década nesta Casa de Justiça, tudo isso em nome de um pacto de gerações que não busca o continuísmo, mas, sim, a continuidade, a qual certamente será perenizada pelo desempenho da função com a excelência por ela exigida.
Assim o faço por entender que, por mais profundos que sejam os conhecimentos assimilados na trajetória existencial, o homem chega inexperiente a cada fase da vida, razão pela qual será sempre valiosa a sabedoria daqueles que se adiantaram no caminho a ser percorrido.
E para trilhar o caminho com a serenidade que o cargo exige, plenamente ciente dos atributos que são peculiares aos novos colegas, quero apenas lhes desejar que continuem a exercer a judicatura com “espírito pacificador”, destinado a sedimentar uma “cultura de paz” e inibir a criação de novos conflitos, e que possam conviver com os demais colegas, irmanados no desejo de construir uma relação onde não só o respeito se estabeleça, mas também a amizade fraterna que esteja presente em todos os momentos, especialmente nas horas de crises, pois é aqui que vivemos metade do tempo de nossas vidas e é aqui que enfrentamos os maiores dramas e conflitos.
Penso que não devemos nos afastar da sintonia com as boas vibrações, e entender a importância de pedir ajuda ao nosso Deus e Criador diante de situações difíceis e rumorosas e antes de decisões importantes, que podem transformar o bem em mau e vice-versa, evitando irreparáveis prejuízos morais e materiais, resgatando dignidades humanas.
À luz de tais considerações, caminho para a conclusão, até porque, conforme máxima milenar, o discurso bom seria aquele feito pelo orador de pé e apoiado numa única perna, a fim de lembrá-lo do quão tediosa e enfadonha pode ser uma fala excessivamente longa.
Por essa razão, concluo este pronunciamento, dando as boas-vindas deste Tribunal aos Desembargadores JANETE VARGAS SIMÕES, ROBSON LUIZ ALBANEZ e WALACE PANDOLPHO KIFFER, desejando-lhes uma atuação profícua e estendendo-lhes a solidariedade de nosso integral apoio no enfrentamento dos desafios.
Muito obrigada!
Vitória, 24 de setembro de 2014
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Texto: Marcia Brito
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