Ação de prevenção à violência doméstica contra a mulher leva informação para a comunidade

O evento contou com o envolvimento do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Civil e do Poder Executivo Municipal, num esforço conjunto para a promoção de ações educativas e preventivas.

Maria da Penha, Cláudia, Heloísa, Sueli, Brunella, Herlam, João e Maria foram à Praça Regina Frigeri Furno, em Jardim da Penha, na última sexta-feira (23), para uma ação integrada de prevenção à violência doméstica contra a mulher. A juíza da 1ª Vara Especializada em Violência Doméstica de Vitória, Brunella Faustini Baglioli, explicou que o evento contou com o envolvimento do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Civil e do Poder Executivo Municipal, num esforço conjunto para a promoção de ações educativas e preventivas. 

“Sempre foi um sonho trabalhar com prevenção e a prevenção está aqui, nas ruas, quando trazemos conhecimento à população sobre as formas de violência e as formas de prevenção. Às vezes, uma simples desqualificação é uma forma de violência, assim como a pressão para se fazer algo. Via de regra, a população traduz violência como agressão física, mas se esquece de outros aspectos, como a violência financeira e emocional”, disse a magistrada. 

Para a promotora Sueli Lima e Silva, que atua na 1ª Vara Especializada em Violência Doméstica e Familiar de Vitória, ações preventivas são mais eficazes que ações punitivas, além de ser uma forma de mostrar para a sociedade o trabalho desenvolvido pela rede de atendimento e por todos os atores que trabalham muito, todos os dias, para atender às mulheres vítimas de violência. 

O evento contou com uma programação cultural com apresentações dos grupos Semba dos Ancestrais e Batuque Delas, além de roda de samba com os participantes do Centro de Convivência da Terceira Idade de Jardim da Penha. O público presente também pôde assistir à apresentação do grupo teatral Bate-papo na feira, e de um grupo de capoeira formado, em sua maioria, por mulheres. 

A representante da rede municipal de ensino de Vitória, Heloísa Ivone da Silva Carvalho, que acompanhou as crianças do grupo Semba dos Ancestrais, ressaltou que a apresentação faz parte de projetos que a escola desenvolve sobre a história e a cultural africana e afro-brasileira. “Na nossa cidade, as meninas negras e as mulheres negras estão no ranking das violências, então, as escolas têm trazido a questão do feminismo negro, num trabalho que envolve crianças e jovens, acreditando que, quanto mais os alunos estudarem sobre sua própria história, mais eles vão se fortalecer, conhecer sua identidade e acessar seus direitos na sociedade”, disse Heloísa. 

A chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher da Polícia Civil, a delegada Cláudia Dematté, lembrou que essa é mais uma iniciativa de extrema importância para as mulheres e que o dia 25 de novembro (domingo) é o Dia Internacional pela Não-Violência contra as Mulheres. 

“Portanto, nós temos que fazer esse enfrentamento, temos que levar esse conhecimento para a sociedade capixaba. Nós sabemos que, infelizmente, a violência doméstica e familiar contra a mulher sempre existiu na nossa sociedade, fruto de uma sociedade machista, de cultura patriarcal. E, que, antes da Lei Maria da Penha, o número de mulheres que denunciavam seus agressores era extremamente reduzido, exatamente por não ter uma lei efetiva e eficaz que fosse capaz de trazer punição, e, hoje, com a Lei Maria da Penha essa violência está deixando de ser silenciosa e isso se deve a essa ação conjunta, em rede, de todos os órgãos, para que as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar tenham consciência de seus direitos, não tenham medo e procurem a polícia civil, por meio das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher”, disse a delegada. 

Maria da Penha vai…

O psicólogo da Central de Apoio Multidisciplinar de Vitória Herlam Peixoto lembrou que esta é a segunda edição do projeto “Maria da Penha vai…”. O primeiro encontro aconteceu em agosto deste ano na Praça dos Namorados. 

Herlam explicou que o projeto continua em 2019, com a proposta de levar a Maria da Penha (Lei) para outros espaços, como praças, empresas e sindicatos, com a concepção que essa forma de prevenção deve estar em todos os lugares.

Vitória, 26 de novembro de 2018.

Informações à Imprensa

Assessoria de Imprensa e Comunicação Social do TJES
Texto: Elza Silva | elcrsilva@tjes.jus.br

Andréa Resende
Assessora de Comunicação do TJES

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