Mais que uma simples análise da Lei Maria da Penha, a obra traz uma crítica sobre as instituições e políticas públicas que envolvem a rede de enfrentamento à violência.
No próximo sábado (23/2), a partir das 17h30, na Praia do Morro em Guarapari, acontece o evento “Nós Marias: pelo fim da Violência contra a Mulher”, ocasião em que será lançado o livro “Lei Maria da Penha e Medidas de Proteção: entre a polícia e as políticas”, escrito pela assistente social do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, Emilly Marques Tenorio.
A obra é voltada não só para profissionais do Serviço Social, mas para todos aqueles que tenham interesse em Direitos Humanos, e na superação de opressões e violências. Pois, mais do que uma simples análise da legislação, o livro traz uma rica investigação crítica sobre políticas públicas e instituições envolvidas na rede de enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar, dando ênfase no trabalho da equipe técnica do Poder Judiciário frente ao atendimento às vítimas. A autora conta que a motivação para escrever o livro surgiu a partir da própria experiência e dos dilemas vivenciados ao atender diariamente mulheres na Comarca de Guarapari.
“A mulher que solicita medidas protetivas chega à justiça com quais expectativas? Qual proteção somos capazes de oferecer? Há compreensão dessa legislação, de suas possibilidades, das consequências? Dessa forma, percorrer histórias de mulheres que fizeram esse caminho traz elementos para aprofundar nossa reflexão, identificar nossos limites e aperfeiçoar nossas práticas”, reflete Emilly.
Ainda segundo a autora, o Poder Judiciário tem a importante função de oferecer respostas adequadas às demandas específicas de cada mulher, evitando a desumanização e a revitimização: “O Judiciário tem o papel de ouvir as mulheres para além da ‘letra fria da lei’, de aplicar as medidas protetivs nos prazos legais, além de medidas de assistência à família e de prevenção. A dimensão política e educativa torna-se fundamental, diante de um grave cenário de violação de direitos e feminicídios”, ressalta a autora.
Livros de Poesia e Filosofia também foram recentemente lançados por servidores do TJES
Na sala de espera de um consultório de psicanálise, a poeta e servidora do TJES Camilla Belesa se inspirou para escrever o livro de poesias “Palavras São Como Corpos”. Os versos ganharam as ilustrações do artista plástico baiano Fernando Augusto, com quem Camilla costumava conversar enquanto aguardava o atendimento.
“Talvez seja sintomático que a busca pela saúde tenha nos levado a falar sobre nós, e isso nos levado à poesia e ao desenho, dando novo sentido para a espera, afinal, nunca estamos em um lugar sem fazer nada”, explica Camilla, na página de introdução.
A obra fala sobre um universo de sentimentos como liberdade, pertencimento, incerteza e autoconhecimento. “Escrevo mais um poema, assim vou conhecendo quem sou”, diz uma das frases, que ganham amplitude com desenhos criados por Fernando, a partir de técnicas variadas, como nanquim, aquarela, fotografia e guache.
O outro livro recentemente publicado foi “Assim falaram Nietzsche e Jung”, escrito por um grupo de analistas Junguianos, que conta com a participação do psicólogo e servidor do TJES Joel Nascimento.
A obra é inédita no Brasil, uma primeira leitura comparativa entre esses dois históricos pensadores, e que traz conceitos como Fidelidade ao Si-mesmo, Massificação, Doenças articuladas ao Mascaramento da Persona, Niilismo e Superação. O último capítulo, escrito por Joel, aborda Nietzsche e Jung como um par de opostos complementares.
“Este livro se destina a todos aqueles que buscam sondar os recônditos da imensidão da alma humana, que tenham ambições culturais mais amplas no desvelamento de nossas ambivalências, nos impulsionando na força de viver com seus enfrentamentos naturais. E no final nos leva a confirmar: vale a pena”, destaca o servidor.
Em março, “Assim Falaram Nietzsche e Jung” será lançado em São Paulo e ainda este ano em Lisboa.
| Serviço
Lançamento do livro “Lei Maria da Penha e Medidas de Proteção: entre a polícia e as políticas” Autora: Emilly Marques Tenorio Palavras são como Corpos Autora: Camilla Belesa Assim Falaram Nietzsche e Jung Colaborador: Joel Nascimento |
Vitória, 22 de fevereiro de 2019
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Texto: Tais Valle | tsvalle@tjes.jus.br
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