Integrantes do Judiciário participam de palestra remota sobre equidade de gênero

O evento aconteceu nesta terça-feira (18) por meio de videoconferência.

Integrantes do Poder Judiciário do Espírito Santo se reuniram de forma remota, na manhã desta terça-feira (18), para falar sobre a equidade de gênero nos ambientes institucionais. O convite foi feito pela Escola da Magistratura do Estado do Espírito Santo (Emes), em parceria com a Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do PJES.

O tema foi apresentado, por meio de videoconferência ao vivo, pela doutora em Ciência Política pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Anna Carolina Venturini, que falou sobreequidade de gênero, identidade e interseccionalidade.

A cientista política explicou que, embora muitas pessoas acreditem que igualdade e equidade sejam sinônimos, essas palavras têm diferentes sentidos. Segundo a palestrante, igualdade é dar as mesmas coisas para pessoas que têm diferentes necessidades, ou seja, tratar todo mundo de forma igual, mas a igualdade não garante que elas vão ter condições para exercer direitos e para acessar determinados bens e recursos, principalmente se houver um histórico de desigualdade. Portanto, devem ser levadas em consideração as desigualdades para se chegar a uma situação de equidade, em que as pessoas vão ter seus direitos de acordo com as suas necessidades, até se chegar no futuro a uma realidade igualitária, em que todos receberão os mesmos direitos.

Diante deste cenário, a convidada também destacou que ao falarmos de equidade de gênero estamos falando de justiça social. “É garantir que as pessoas vão ter oportunidades efetivas de usufruir seus direitos e expressar seus interesses. Significa as mulheres tendo direito de escolha e voz no processo decisório para a gente ter uma sociedade mais justa e equitativa para todas e todos independente da sua econômica, racial, religiosa e etc”, ressaltou.

A desigualdade salarial, a violência doméstica e familiar contra a mulher, a sub-representação relacionada a gênero e raça na política e em outros setores da sociedade também foram abordados pela doutora Anna Carolina, que citou pesquisa do Fórum Econômico Mundial de que essa equiparação só deve acontecer daqui a mais de 100 anos, ou seja, depois de 2120.

“As mulheres são responsáveis por uma carga de trabalho não remunerado de tarefas domésticas e de cuidado muito maior do que os homens, então, a grande parte da literatura de gênero e de desigualdade fala da questão da jornada dupla e às vezes até mesmo da jornada tripla dependendo da situação ocupacional das mulheres. Na pandemia, essa carga de trabalho ficou ainda maior. Por conta do isolamento social e do fechamento das escolas, as mulheres estão tendo uma sobrecarga de trabalho doméstico e de cuidado”, apontou.

Quanto ao Sistema de Justiça, a palestrante destacou que quanto maior a representatividade e a diversidade de seus componentes, com pessoas que pensem de forma diferente e tiveram experiências de vida distintas, melhor exercerá sua função de solucionar conflitos, pois melhor os compreenderá e será capaz de dar respostas mais efetivas para as demandas que surgirem.

Vitória, 18 de agosto de 2020

 

Informações à Imprensa

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Texto: Elza Silva | elcrsilva@tjes.jus.br

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