Cada relato trouxe à tona a importância de um ambiente de trabalho que valorize a diversidade, a flexibilização e a igualdade de oportunidades.
O Auditório da Corregedoria Geral da Justiça foi palco de uma emocionante roda de conversa que reuniu pessoas com deficiência envolvidas na digitalização de processos do Poder Judiciário. O evento, que aconteceu nesta terça, 15/4, teve como objetivo conscientizar e compartilhar experiências de vida e fez parte da Semana de Acessibilidade e Inclusão do Tribunal de Justiça do ES (TJES).
Os participantes, que são contratados pelo TJES por meio do convênio com o CETEFE (Centro de Treinamento de Pessoas com Deficiência), puderam contar suas histórias, falar sobre preconceitos e conquistas ao longo de suas trajetórias. A alegria de conquistar o primeiro emprego foi um dos pontos altos da conversa. Eles compartilharam como se sentiram acolhidos e respeitados em um ambiente que valoriza suas habilidades e contribuições.
A colaboradora Layla Rocha Soares, que está há dois anos atuando no Judiciário, contou que é formada e pós graduada em Psicologia com abordagem humanista existencial e fonomenológica, mas infelizmente pelo preconceito ainda não consegui emprego na área. “Mandei vários currículos, mas quando eu falo que sou deficiente eles dizem, ‘muito obrigado’. A sociedade precisa entender que atrás da minha deficiência, tem uma pessoa que é capaz e que quer ser alguém nesse mundo. Eu agradeço ao Tribunal e ao CETEFE pela oportunidade”.
Cada relato trouxe à tona a importância de um ambiente de trabalho que valorize a diversidade, a flexibilização e a igualdade de oportunidades. O Coordenador de Gestão da Informação, Fábio Buaiz, que mediou a conversa, destacou a importância de quebrar barreiras não apenas físicas, mas também atitudinais.
“A gente precisa ter um olhar diferente, não um olhar de coitadinho. Um olhar de que eles são capazes. E o TJES está dando uma grande oportunidade a essas 300 pessoas. A gente vai adequando o trabalho para cada particularidade. Cada um vai se encaixando em uma tarefa. E eles produzem 9 milhões de imagens por mês. É muita coisa. Isso inclui desmontar processo, digitalizar, montar de novo, conferir, jogar para o drive. É muito trabalho. Então jamais pode haver a crença equivocada de que pessoas com deficiência não são capazes”, reforçou Fábio.
Para a Secretária Geral do TJES, Aline Davel, a roda de conversa proporcionou um espaço de escuta e reflexão, além de fortalecer o compromisso do TJES em criar um ambiente de trabalho mais acessível e acolhedor, começando pela quebra de paradigmas. “Olhando para eles, como eles trabalham, percebemos que são pessoas que tem deficiência, mas não se limitam. O que mais nos limita é a nossa forma de pensar. E quando participamos de eventos como esse, começamos a mudar a nossa forma de pensar”, concluiu Aline.
Vitória, 15 de Abril de 2025
Texto: Tais Valle