A psicóloga Vanessa Fiorotti, da Coordenadoria de Serviços Psicossociais e de Saúde fala sobre a relação com transtornos mentais, formas de prevenção e como ajudar quem está em sofrimento.
O Tribunal de Justiça aderiu à Campanha Setembro Amarelo, para sensibilizar a população sobre a prevenção ao suicídio. Ao longo do mês, serão lançados vídeos nas redes sociais com o intuito de educar o olhar das pessoas sobre esse assunto tão delicado e ao mesmo tempo tão atual. Hoje, o suicídio é uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo.
A psicóloga da Coordenadoria de Serviços Psicossociais e de Saúde, Vanessa Fiorotti, explica que a principal faixa etária de pessoas que cometeram suicídio é de 15 a 29 anos. E que quase todas apresentavam pelo menos 1 transtorno mental. “A depressão é o mais prevalente. Mas também estão entre os fatores de risco os transtornos de ansiedade, transtorno bipolar, transtornos relacionados ao uso de álcool e drogas, esquizofrenia e transtornos de personalidade”, explica.
De acordo com Vanessa, os transtornos mentais são multifatoriais e envolvem aspectos biológicos, genéticos, ambientais, familiares e de personalidade. Alguns sinais podem indicar que alguém está precisando de ajuda, como a perda de interesse ou prazer nas atividades que gostava de realizar; alterações no padrão de sono ou de alimentação; prejuízos no trabalho ou nos relacionamentos; descuido com a aparência. É importante passar por uma avaliação com psiquiatra ou psicólogo.
“Especialmente no que se refere ao transtorno depressivo, ainda é comum que as pessoas próximas acreditem que é falta de força de vontade ou falta de Deus ou falta de ocupação. E essas falas são extremamente prejudiciais pois inibem quem está precisando de ajuda a compartilhar seus sentimentos e dificuldades”, desmistifica.
Prevenção
De forma geral, entre as ações que podem ajudar a prevenir estão: a adoção de politicas públicas sobre uso de álcool e outras drogas; a restrição do acesso aos métodos de morte por suicídio; a responsabilidade da mídia quanto à divulgação; além de investimentos em serviços públicos de saúde mental e treinamento de profissionais.
De forma individual: cultivar a empatia e compaixão por quem está sofrendo transtorno mental. Oferecer escuta, suporte, e auxiliar a pessoa a procurar ajuda profissional. Dessa forma, contribuímos para diminuir o preconceito e o tabu a respeito do tema.
Ajuda
Se você está se sentindo mais triste que o habitual, tem tido pensamentos negativos ou sem esperança de que a vida melhore, procure ajuda. Preferencialmente um profissional de saúde mental, como psiquiatra ou psicólogo.
Atendimento pelo Sus: É feito no CAPS, Centro de Atenção Psicossocial.
Suporte emocional: CVV, Centro de Valorização da Vida. Ligue 188 ou fale pelo chat.
Conversar sobre o que está sentindo com alguém próximo, seja um amigo, familiar, colega de trabalho ou de escola.
Se você presenciar ou souber de alguém que fez uma tentativa de suicídio, ligue imediatamente para o SAMU (192). Pessoas que já tentaram o suicídio tem 5 ou 6 vezes mais chances de tentar o ato novamente.
Evite julgamento sobre quem sofre, procure ser empático e acolhedor com quem está vivenciando um transtorno mental. O suicídio não pode ser previsto, mas pode ser evitado.
Vitória, 05 de setembro de 2024
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Texto: Tais Valle e Vanessa Fiorotti | imprensa@tjes.jus.br
Maira Ferreira
Assessora de Comunicação do TJES