23ª Semana da Justiça pela Paz em Casa contou com palestra que abordou discussão sobre grupos reflexivos para homens autores de violência doméstica

O evento aconteceu na segunda-feira (06/03), no auditório da Corregedoria Geral da Justiça.

Na tarde da última segunda-feira (06/03), a Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Espírito Santo (CGJ-ES) sediou uma das palestras da 23ª Semana da Justiça pela paz em casa com o tema: “Grupos reflexivos e responsabilizantes para homens autores de violências contra mulheres no Brasil”.

A palestra foi ministrada pelo doutor europeu em psicologia social e coordenador do programa de pós-graduação em psicologia na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Adriano Beiras, pelo doutorando em psicologia e mestre em direito Daniel Fauth e pela doutoranda em psicologia e secretaria da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Michelle Hugill.

O evento, que foi aberto a todo o público, o qual pode levantar questionamentos, expôs a importância de criar esses grupos reflexivos para os autores de violência doméstica, previsto na Lei 11.340/06, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, visando uma ressocialização e reeducação desses homens.

Para Michelle Hugill, a escuta da perspectiva do agressor é essencial para que não gere revolta deste mesmo contra a mulher e a justiça, fazendo com que o ato da violência se repita ou piore. Ela destacou, ainda, que a maioria desses episódios de agressões são institucionalizados, uma vez que, erroneamente, homens são ensinados a dominarem as mulheres.

Adriano Beiras e Daniel Fauth falaram como esses grupos que proporcionam conversas entre homens sobre seus pontos de vista, separando-os das obrigações como pais e maridos e levando-os a uma reflexão enquanto sujeitos, pode promover planos para mudanças sociais, de sentido e significados, contando com a protagonização do Poder Judiciário nesses grupos.

Além disso, os palestrantes revelaram, com base em suas pesquisas e em dados, que muitos desses grupos são em formatos periódicos, de reabilitação ou verbalmente punitivos, o que não possui tanta efetividade. “No trabalho com o Estado, com a república, isso tem que ser muito bem compartimentado”, reforçou Fauth a respeito dos protocolos a serem seguidos nessas reuniões.

Vitória, 07 de Março de 2023

 

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