Evento reuniu reeducandos e reeducandas do regime semiaberto, magistrados, autoridades e apoiadores, no último domingo (26/03).
O fim de semana foi de emoção para 26 reeducandas e reeducandos que cumprem pena em unidades prisionais do regime semiaberto e participaram da corrida de rua Correndo para Vencer. O evento aconteceu no último domingo (26) e surgiu a partir do projeto criado pela Vara de Execuções Penais de Vila Velha para promover a reinserção de internos na sociedade, além de melhorar a habilidade no esporte, desenvolver o autoconhecimento e o cuidado com a saúde física e mental.
Ao todo foram 600 inscritos. Além dos internos e internas, egressos do sistema prisional, magistrados, autoridades, atletas e apoiadores também estiveram presentes.
A juíza Patrícia Faroni, idealizadora do projeto Correndo para Vencer, conta que desde 2020, quando foi iniciado, muitos reeducandos e reeducandas ganharam a liberdade, e que o índice de reincidência no crime, de quem passa pelo projeto, é zero: “Eu só tenho depoimentos a dar de transformação de vida. Pessoas que se sentiram abraçadas, que se sentiram pertencidas à sociedade, porque a corrida faz isso, a corrida te iguala. Ali não tem preto, não tem branco, não tem pobre, não tem rico, somos todos iguais e ali eles começam a enxergar que eles podem se reerguer, levantar a cabeça e recomeçar”.
Priscila Carla Santos, interna da Penitenciária Feminina de Cariacica, que entrou há pouco tempo no projeto e estava bastante emocionada e ansiosa para a sua primeira corrida, destacou a importância do evento para ela: “A gente não fica parada. A cabeça trabalha, o corpo fica ótimo, tudo fica bom. E a gente ganha uma confiança muito grande de estar aqui fora no meio de todo mundo”, disse.
Treinando há oito meses, Leonardo Gonçalves da Silva, interno da Casa de Custódia de Vila Velha, contou como foi feita a preparação para a prova com uma corrida e alongamentos e disse que estava muito nervoso e que ia dar o melhor de si. “Esse projeto é tudo para mim. Gostaria de agradecer primeiro a Deus e segundo a Dra. Patrícia, e estamos aí tentando fazer um corrida maravilhosa”.
Para Marcelo de Araújo Gouvea, subsecretário de Estado de Ressocialização, o projeto da Vara de Excuções Penais de Vila Velha tem uma importância muito grande porque ele tem tudo que a Sejus busca. “Ele envolve a sociedade civil e o esporte por meio da ressocialização com os presos para entender que é possível conviver, é possível trazê-los para dentro da sociedade, e essas pessoas recuperadas são um exemplo disso”.
Ao final da corrida Karla de Almeida, uma das internas que participam do projeto, subiu ao palco para agradecer à juíza Patrícia Faroni e a todos que participaram da corrida. “Nós estamos muito gratos a esse monte de gente que veio aqui participar da corrida e pela oportunidade, um novo recomeço nas nossas vidas. Quando a gente sabe que tem pessoas que acreditam em nós o incentivo é muito grande. A gente já está ali pagando por um erro, só que a gente se arrepende e cada um que está aqui participando desse projeto acredita na nossa mudança. É só nos dar uma oportunidade”.
O projeto Correndo para Vencer tem o apoio do Ministério Público, Defensoria Pública, Comissão de Direitos Humanos da OAB/ES, educadores físicos, agentes penitenciários, policiais e empresas privadas. A prova foi organizada pela empresa Resultado Final e vai entrar para o calendário anual de corridas.
Vitória, 27 de março de 2023
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Texto: Gabriela Zamprogno| gmzamprogno@tjes.jus.br
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