Catharina Barcellos despede-se do TJ depois de 32 anos na magistratura

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A primeira desembargadora da história do TJES foi homenageada nesta sexta-feira, 17, e recebeu a Comenda Grã-Cruz do Mérito Judiciário.

catarina discurso 400A primeira mulher a ocupar o cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), Catharina Maria Novaes Barcellos, despediu-se da instituição na tarde desta sexta-feira, 17, para desfrutar sua aposentadoria. A magistrada, que chegou ao Palácio da Justiça em 2005 após uma carreira de 22 anos como juíza, atualmente ocupava o posto de vice-presidente da Corte capixaba.

A desembargadora foi homenageada pelos colegas em sessão extraordinária do Tribunal Pleno. Durante a solenidade, a magistrada foi agraciada com a Comenda Grã-Cruz do Mérito Judiciário, tendo em vista seu notável desempenho ao longo da carreira jurídica e, ainda, o carinho e consideração especial que tem votado à magistratura capixaba.

O presidente do TJES, desembargador Sérgio Bizzotto, lamentou a saída da desembargadora por aposentadoria compulsória, aplicada àqueles que completam 70 anos. “Pode bem ser que horas depois de sua saída, Catharina, a boa notícia seja estampada pela nossa imprensa e o texto dessa notícia enfatize o fim do absurdo que era, até então, impedir que pessoas saudáveis e experientes fossem impedidas de continuar prestando seus relevantes serviços à sociedade e ao Poder a que pertençam, em franco e indiscutível prejuízo para todos”, destacou.

Bizzotto ainda ressaltou a beleza da magistrada. “A despeito de você haver sofrido e superado todos os sofrimentos que sofreu, de ter lutado tanto, sai ostentando outra qualidade que é por todos nós decantada: olhos de um mesmo brilho, cabelos de uma mesma tonalidade e uma pele sem manchas, sem rugas. Linda por dentro. Linda por fora. Você não tem é o direito de nos abandonar”, disse. Clique aqui para ler o discurso do presidente na íntegra.

Mas quem falou em nome da Corte foi o desembargador Carlos Roberto Mignone, amigo de longa data da desembargadora Catharina. “Como o tempo passou. Há mais ou menos 10 anos, recém-ingressado no Tribunal de Justiça, recebi do então presidente a incumbência de saudá-la em nome da Corte. Hoje, tanto tempo depois, mas parece que foi ontem, venho me despedir. Lembro-me dos seus votos por vezes longos, mas seguros e tranquilizadores, mostrando todas as facetas da matéria julgada. Os feitos foram julgados com humanismo, característica sua, de mulher e mãe”, declarou Mignone.

O desembargador Ronaldo Gonçalves de Sousa afirmou que a desembargadora Catharina representa um símbolo de precursão. “Um círculo triunfante se encerra, alimentando em todos nós sentimentos de admiração e orgulho. É uma mulher virtuosa, alguém de fala serena, gentil, de julgamento reto e sensível às necessidades de quem clama por justiça. Os seus passos são marcas perpétuas, com destaque para as mulheres que iniciam a carreira da judicatura”.

Emocionada, a desembargadora confessou que não esperava por uma homenagem tão grande “As palavras me tocaram o coração. Guardo a certeza do dever cumprido. Ofereci ao meuhomenagem 400 semelhante aquilo que desejei para mim: um mundo justo e equânime. A despeito de ouvir de muitos que a aposentadoria é libertação, estou triste, mas é momentâneo. O descanso não pode se transformar em ócio. A todos meu mais profundo obrigada”, finalizou a magistrada.

Com a aposentadoria da desembargadora Catharina, o TJES irá realizar, em breve, nova eleição para o posto de vice-presidente da Corte. Clique aqui para assistir na íntegra à entrevista concedida pela desembargadora Catharina Barcellos à TV Justiça. Na entrevista a magistrada fala sobre carreira, infância, família e hobbies.

CARREIRA

Catharina Maria Novaes Barcellos formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim em 1976. É pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Escola da Magistratura do Espírito Santo (Emes). Cursou por dois anos a Faculdade de Filosofia, em Cachoeiro de Itapemirim. Dedicou-se aos estudos de piano por oito anos. Foi defensora pública de 1977 a 1983, quando ingressou na magistratura. Atuou como juíza eleitoral nas Comarcas do interior do Estado e como fiscalizadora da propaganda eleitoral em Cachoeiro.

Presidiu o Colegiado Recursal Criminal do Estado por dois anos. Também por dois anos atuou como membro da classe dos juízes no Tribunal Regional Eleitoral. Foi a primeira mulher a atuar como desembargadora substituta do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), bem como a primeira a ocupar o cargo de desembargadora titular. Atualmente ocupava o posto de vice-presidente da Corte capixaba.

Vitória, 17 de abril de 2015

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