Leilão da Braspérola termina com duas propostas

Leilao Brasperola D 130

Leiloeiro tem até 72 horas para comunicar ao juiz responsável sobre o resultado.

Leilao Brasperola D 400O leilão da área onde fica a antiga fábrica Braspérola, localizada às margens da BR-262, Km 6,7, em Cariacica, terminou com duas propostas na manhã desta sexta-feira (12), em Vitória. Contudo, nenhum dos grupos que formalizou intenção de adquirir o complexo chegou ao valor mínimo exigido no pregão: R$ 48,3 milhões.

Mesmo abaixo do valor mínimo, as propostas foram registradas pelo leiloeiro Antônio Paiva e em um prazo de 72 horas úteis serão apresentadas ao juiz da Vara de Recuperação Empresarial e Falência de Vitória, Braz Aristóteles dos Reis, que é o responsável por homologar ou não o resultado do leilão. Se as propostas não forem homologadas, um novo leilão deve ser marcado.

Coube a um grupo capixaba e outro mineiro a elaboração das propostas pela área de 462.848,68 m² da antiga fábrica têxtil. Os capixabas, que não quiseram se identificar, sinalizaram com o valor de R$ 24 milhões a ser pago por toda a área. Os empresários condicionaram o pagamento a uma entrada de 30% do valor e o restante a ser quitado em 48 vezes. Também foi oficializado nesta proposta que o grupo empresarial arcaria com os débitos de mais de R$ 5 milhões em IPTU e recuperaria o passivo ambiental do complexo (80 toneladas de lixo tóxico e cerca de 4 mil metros cúbicos de líquido também tóxico), avaliado em R$ 3,169 milhões.

Já o grupo de Minas Gerais, Daniel Pinheiro Consultoria, ofereceu uma proposta de R$ 22,5 milhões apenas pela área 2 do terreno da Braspérola, de aproximadamente 181 mil m². É neste local que está localizada a estrutura física da fábrica (prédios, galpões e piscinas), além de ser a parte do complexo que faz divisa com o rio Formate. A intenção dos mineiros é quitar o negócio com uma entrada de 30% do valor total e o restante a ser pago em 36 vezes. A Consultoria também arcaria com o débito de IPTU e se propôs a dividir os custos do passivo ambiental.

A intenção do responsável pelo grupo mineiro de empresas, Daniel Pinheiro, é transformar o local em um investimento do setor imobiliário. “Acompanhamos todo o processo do leilão da Braspérola, e queremos também ajudar os trabalhadores que esperam receber há mais de 11 anos”, disse.

Com o objetivo de tornar a negociação mais atrativa, o leiloeiro Antônio Paiva, com o aval da administração da massa falida da empresa, informou que os débitos com IPTU e passivo ambiental seriam quitados pelo vendedor, fato que deixou o negócio cerca de R$ 8 milhões mais barato, uma vez que para levar o terreno bastaria chegar ao valor mínimo exigido, R$ 48,3 milhões, que poderia ser pago com um sinal de 30% e o restante em parcelamento de seis vezes. Contudo, nenhum dos interessados alcançou este montante.

De acordo com o administrador da massa falida da Braspérola, Rogério Keijók Spitz, o terreno da empresa em Cariacica gera uma despesa média de R$ 40 mil mensais, uma vez que o grupo é responsável por manter a segurança do local, entre outros aspectos. Contudo, o fato mais importante no leilão, de acordo com o advogado, é quitar os credores que aguardam desde 2001, ano que a Braspérola faliu. “Após o leilão ser finalizado, o valor será depositado em juízo e os credores vão receber por ordem de preferência judicial. Os débitos trabalhistas serão quitados primeiro”, explicou.

Como nenhuma das duas propostas chegou ao mínimo necessário, o administrador acredita que o juiz responsável pelo caso não vai homologar o resultado do leilão.

Lembre

A Braspérola foi uma empresa ícone na produção de linho no mundo e exportava seus produtos principalmente para a França. Contudo, no final da década de 1990 e começo dos anos 2000, por problemas financeiros, o complexo de Cariacica, que produzia linho fino, foi fechado.

Entenda

A realização do leilão foi designada pela Vara de Recuperação Empresarial e Falência de Vitória nos autos do processo nº 0017081-57.2001.8.08.0024. O leilão realizado foi na modalidade presencial, com lances orais. Pessoas físicas e jurídicas inscritas, respectivamente, no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), e que estejam na livre administração de seus bens estavam liberadas para oferecer lances.

Vitória, 12 de Junho de 2015.

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Texto: Leonardo Quarto
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Andréa Resende
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