O evento “Amar e Cuidar” informa sobre o procedimento de habilitação para adoção e o programa de Apadrinhamento Afetivo.
Continua até este sábado, 31, das 16 às 20 horas, no Shopping Moxuara, em Cariacica, o evento “Amar e Cuidar”. Com apoio do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), por meio da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Cariacica, Grupo Sá Cavalcante, Prefeitura de Cariacica e Grupo de Apoio à Adoção Raízes e Asas, o evento proporciona momentos de reflexão e luta pela garantia do direito de convivência familiar e comunitária das crianças e adolescentes.
A ação, que abrange apresentações culturais, tem o objetivo de informar sobre o procedimento de habilitação para adoção e divulgar o programa de Apadrinhamento Afetivo, que trata do estabelecimento de laços afetivos com crianças em situação de acolhimento.
Em um estande montado na praça de eventos, situada no piso L2 do Shopping Moxuara, profissionais estão tirando dúvidas sobre o processo de adoção e de Apadrinhamento. Também neste espaço ocorrem apresentações de dança, música e exposições de artesanato e pintura, além de atividades envolvendo pintura de rosto, distribuição de balões e pirulitos.
Na abertura do evento, realizada nesta quinta-feira, 29, a juíza da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Cariacica, Fabrícia Gonçalves Calhau Novaretti, comentou sobre o Apadrinhamento Afetivo. “É um programa desenvolvido no município pelo meio do qual algumas pessoas, famílias, se habilitam para receber uma criança no seu seio familiar para passar só final de semana. Ela sai com a criança, visita a criança no abrigo, passa algum tempo com ela dentro da sua família que possa garantir àquela criança o direito de convivência familiar e comunitária”.
A magistrada também explicou quais são as regras para apadrinhar uma criança ou adolescente. “A pessoa deve ser maior de idade, com uma diferença de 16 anos da criança que ela vai apadrinhar, e possuir muita disponibilidade afetiva. Esse é o grande diferencial. Não precisa de dinheiro, status de casado, solteiro, precisa só ter disponibilidade de amar e cuidar. Na prática, às vezes acontece o processo de apaixonamento, que acaba redundando em um processo de adoção”.
O prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia de Oliveira Júnior, o Juninho, parabenizou a iniciativa. “Este é um exemplo de uma ação que dá resultado em uma sociedade cada vez melhor, sem nenhum tipo de preconceito, respeitando as leis e criando uma consciência nas pessoas. Adoção é um tema nobre, uma ação nobre. Nós temos que ter uma visão de quem apadrinha, de quem adota, mas também de quem é adotado. Pensar não só no presente, mas apostar no futuro e pensar as causas que levaram esses indivíduos a estarem numa situação de risco como essa”.
A coordenadora do Grupo de Apoio à Adoção Raízes e Asas, Giselle Dutra, que há cinco anos adotou um casal de irmãos biológicos, contou que conheceu os filhos por meio do Apadrinhamento Afetivo. “Ao conhecer a história deles, a gente se apaixonou pelos dois. Minha filha tinha dez anos e meu filho tinha três na época. Foi difícil reconhecer que estávamos apaixonados por eles, mas o amor falou mais alto. Parece que a adoção ficou lá no passado. Parece que a gente sempre esteve junto. O recado que eu deixo é: não tenham medo de amar”.
Simoni da Silva Bragança de Castro, mãe de quatro filhos, sendo “dois saídos da barriga e dois do coração”, contou sobre a experiência de amamentar o filho caçula, fruto de uma adoção. “Foi uma experiência muito gratificante. Como eu já tinha tido duas biológicas, eu resolvi tentar esse ato da amamentação e deu certo. Eu tomei o medicamento, que produziu nas primeiras 24 horas o primeiro leite, que é o colostro, e coloquei o bebê no peito para mamar. Deu certo e eu o amamentei até os nove meses de idade, o que criou mais um vínculo. Adoção é um ato de amor, não de caridade”.
Clara Biazatti também contou sua experiência como mãe. “Ele é um bebê que estava exposto ao vírus do HIV. Então, por essa razão, ele foi rejeitado por várias pessoas que estavam no cadastro. Quando me ligaram, querendo saber se a gente queria a criança, sem pensar duas vezes a gente quis porque a gente queria um filho. Adoção é um mundo mágico, maravilhoso, e quem não está dentro está perdendo uma grande oportunidade de se realizar como pai, como mãe, de ver uma criança crescendo, se desenvolvendo e enchendo sua vida de amor, de carinho”.
A coordenadora da Casa de Acolhimento Provisório III, Krigélica Siller, destacou a importância da adoção e do apadrinhamento na vida dessas crianças e adolescentes. “A gente sente em cada criança a necessidade da figura familiar, daquele núcleo familiar. O nosso objetivo é estar expandindo isso para a sociedade, principalmente aqui no Espírito Santo, e resgatar essas crianças que estão sem perspectiva de estar voltando para o ambiente familiar. O objetivo é sensibilizar e levar o conhecimento também porque muitas pessoas não visitam o abrigo por ausência de algumas informações que são tão simples”.
Quem pretende adotar ou apadrinhar uma criança ou adolescente pode procurar tanto a Secretria Municipal de Ação Social quanto a equipe da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Cariacica. As duas equipes estão habilitadas a fazer o processo de qualificação dos pretendentes, realizando a preparação dos mesmos para a chegada do novo filho ou afilhado. O projeto de Apadrinhamento Afetivo funciona em Cariacica desde 2006. Os quatro abrigos do município têm ao todo 60 crianças e adolescentes.
PROJETO APADRINHAMENTO AFETIVO NO MUNICÍPIO DE CARIACICA CRIANÇAS Apadrinhadas – 3 Aptas ao apadrinhamento – 10 ADOLESCENTES Apadrinhados – 0 Aptos ao apadrinhamento – 20 PADRINHOS/MADRINHAS Com afilhados – 3 Sem afilhados – 21
CRIANÇAS ENCAMINHADAS PARA ADOÇÃO PELA 1ª VARA DE INFÂNCIA E JUVENTUDE DE CARIACICA EM 2014: 14 SEXO Masculino – 9 Feminino – 5 IDADE 0 a 11 meses – 10 1 a 5 anos – 1 7 a 9 anos – 3 ETNIA Parda – 11 Negra – 2 Branca – 1 COM DOENÇA TRATÁVEL: 8
Fonte: 1ª Vara da Infância e da Juventude de Cariacica |
Vitória, 30 de maio de 2014
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