Com essa tecnologia de Inteligência Artificial, o acervo poderá ser amplamente utilizado por escolas, em pesquisas diversas e garantirá que o conteúdo chegue a diversos públicos.
Fortalecer a divulgação de projetos de acesso à cultura no Espírito Santo faz parte dos apoios que o Tribunal de Justiça do ES (TJES) promove em suas redes de Comunicação. Dessa vez, a pauta é sobre o acervo de mais de 200 peças, entre pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e esculturas, reunidas ao longo de 20 anos pelo juiz de Direito e bacharel em Artes Plásticas Ronaldo Domingues de Almeida.
Uma coletânea artística, cujo acesso até então era restrito a pouquíssimas pessoas, passará a ficar acessível ao público. Mais de 200 obras do colecionador serão inventariadas, digitalizadas e disponibilizadas na Midiateca Capixaba. A passagem do acervo para uma plataforma digital é o objetivo principal de um dos projetos aprovados nos editais da Secretaria de Estado da Cultura, com recursos do Funcultura, em 2024. Um dos objetivos é a “deselitização” da arte, ou seja, torná-la próxima de todos e promover o reuso do acervo digital.

Neste mês de outubro, serão realizadas duas visitas monitoradas à casa do colecionador com grupos específicos, estudantes do curso de Artes da Ufes e bolsistas da Midiateca Capixaba.
Em 20 de janeiro, será aberta uma mostra com obras do acervo no Museu de Arte do Espírito Santo (MAES). Ainda no primeiro semestre de 2026 todo o acervo estará online na Midiateca Capixaba.
“Nosso projeto, que ganhou o nome de Acervo RDA, antes de tudo, tem o propósito de provocar a reflexão e o debate quanto à dimensão social das coleções de arte privadas. O foco está na preservação do riquíssimo patrimônio artístico e cultural que este acervo em questão representa, em especial para a sociedade capixaba. No entanto, o compartilhamento das obras é fundamental. Os acervos digitais são instrumentos possíveis de democratização cultural e fortalecimento da memória coletiva”, diz a jornalista e coordenadora do projeto, Adriana Machado.
A proposta é catalogar e registrar fotograficamente mais de 200 peças do juiz, Ronaldo Domingues de Almeida. “Espero que a divulgação da coleção de forma pública e ampla, por meio de fomento
estatal, incentive outros colecionadores a investirem mais em artistas capixabas, como forma de estimular a produção e a promoção da arte no Espírito Santo. A divulgação do acervo também se presta a dar a dimensão social que toda propriedade privada precisa alcançar”, destaca o colecionador.

Com a inserção na Midiateca Capixaba, o acervo poderá ser amplamente utilizado em processos educacionais, pesquisas e servirá de fonte para novos estudiosos e profissionais. A plataforma, que utiliza tecnologia de acessibilidade baseada em IA, garantirá que o conteúdo chegue a diversos públicos.
O grande destaque é o vasto painel da arte moderna e contemporânea capixaba, com nomes como Homero Massena, Levino Fânzeres, Álvaro Conde, Dionísio Del Santo, Hilal Sami Hilal e diversos artistas emergentes. O acervo também conta com obras de artistas nacionais e internacionais renomados, como Amilcar de Castro, Tomie Ohtake, Cildo Meireles, Carybé e Alex Vallauri.
O processo de catalogação segue padrões nacionais. Segundo a museóloga Flávia Fernandes, “o inventário inclui fichas catalográficas baseadas no Modelo de Documentação Museológica do Instituto Brasileiro de Museus, o IBRAM, e com os padrões de inserção na Plataforma Tainacan, para a Midiateca Capixaba.”

O responsável pela digitalização do acervo é o fotógrafo Sérgio Cardoso. “O maior desafio é conseguir ser fiel às cores originais de cada obra fotografada. Por essa razão eu uso o colorchecker. Mesmo quem nunca viu o quadro saberá qual é a cor original da obra”, explica Cardoso sobre a técnica utilizada.
Incentivo ao Mercado Capixaba
A coordenação do projeto, como apresentamos acima, busca a “deselitização” da arte e promover o reuso do acervo digital. Estão programadas visitas monitoradas à residência do colecionador e como parte da etapa final, o Museu de Arte do Espírito Santo (MAES) sediará uma mostra do acervo, de janeiro a maio de 2026, além de uma apresentação pública do projeto, seguida de debate, com data a ser definida.

A expectativa é que a iniciativa sirva de incentivo para que outros colecionadores privados compartilhem seus acervos, ampliando o patrimônio artístico e histórico acessível à sociedade capixaba. “Acreditamos que o projeto resultará em futuras ações”, afirma Adriana Machado.
A execução do projeto “Preservação e Difusão do Acervo Ronaldo Domingues de Almeida na Midiateca Capixaba” pode ser acompanhada pelo Instagram no perfil @AcervoRDA.
Vitória, 17 de outubro de 2025
Com informações da equipe do projeto.
Carol Veiga
Assessora de Imprensa
e Comunicação do TJES
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