Poder Judiciário do Espírito Santo contrata pessoas com deficiência para digitalização de processos

Voluntários do CETEF agradecem, com sinais em Libras, as falas das autoridades do Judiciário capixaba.

Cerca de 100 pessoas, em sua maioria surdas, iniciaram nesta segunda-feira, 01, as atividades na Corregedoria Geral da Justiça.

Teve início na última segunda-feira (01/08), o trabalho de digitalização de processos do Poder Judiciário Estadual (PJES), na Corregedoria Geral da Justiça (CGJ-ES). O trabalho será realizado por cerca de 100 pessoas com deficiência, em sua maioria surdas.

O presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), desembargador Fabio Clem de Oliveira, participou da recepção aos novos colaboradores.

Autoridades do TJES conversam com colaboradores do CETEF.

Também estavam presentes o presidente do Comitê Gestor de Tecnologia da Informação e da Comunicação e o presidente da Comissão de Acessibilidade, respectivamente os desembargadores Pedro Valls Feu Rosa e Jorge Henrique Valle dos Santos, a juíza do TJES Trícia Navarro Xavier, atualmente juíza auxiliar da presidência do CNJ e coordenadora de gestão da informação, gestão documental e da memória do Poder Judiciário, bem como os juízes assessores especiais da presidência do TJES, Ezequiel Turíbio e Daniel Peçanha Moreira, o secretário-geral do Tribunal, Marcelo Albuquerque, e a subsecretária Aline Davel e o coordenador de gestão da informação documental, Fabio Buaiz de Lima, entre outros servidores.

O contrato é fruto de uma parceria com o CETEFE (Centro de Treinamento de Educação Física Especial), uma ONG de assistência social sem fins lucrativos, cujo trabalho é direcionado à reabilitação, educação física, treinamento esportivo, inclusão social e acessibilidade de pessoas com deficiência.

As atividades serão realizadas em uma sala ampla cedida pelo corregedor-geral da Justiça, desembargador Carlos Simões Fonseca, para colaborar com a digitalização.

A equipe de trabalho foi dividida em dois grupos, que trabalharão em turnos diferentes: metade no período da manhã, de 7h às 13h, e a outra metade no período da tarde, das 13h às 19h.

Os primeiros processos judiciais a serem digitalizados serão os da 1ª Vara Cível de Vitória. Mas, primeiramente, serão digitalizados os processos da Corregedoria Geral da Justiça, que, assim que finalizado o trabalho, terá todos os seus autos tramitando em meio digital.

O evento contou também com a participação da gerente de projetos da CETEFE Andréa Vieira, do tradutor intérprete de libras e colaborador da CETEFE Taumaturgo Ayrton de Jesus, entre outros colaboradores e supervisores.

O desembargador Pedro Valls Feu Rosa deu as boas vindas a todos: “Só para desejar boa sorte no trabalho! Podem contar comigo! Muito obrigado à dra. Trícia Navarro que teve a ideia de contratá-los e fazer todo esse movimento e muito obrigado a todos vocês. Vamos trabalhar juntos!”, exclamou o presidente do CGTIC.

A juíza Trícia Navarro fala ao lado do presidente do TJES, desembargador Fabio Clem.

A juíza Trícia Navarro, que idealizou o projeto e fez uma interlocução com o CNJ para viabilizar a contratação, destacou ter ficado muito feliz e emocionada ao chegar e ver os colaboradores já trabalhando. “O nosso Tribunal está dando um salto de tecnologia e o trabalho de vocês vai ser fundamental para que a gente saia do patamar de um dos piores do Brasil para um dos melhores. Precisamos de vocês para atingir esse objetivo”, ressaltou a magistrada, acrescentando que os processos judiciais que já estão no local para serem digitalizados são da 1ª Vara Cível de Vitória, vara da qual é titular.

O presidente do TJES, desembargador Fabio Clem agradecendo à todos os colaboradores do CETEFE.

O presidente do Tribunal de Justiça destacou a importância da contratação: “É um prazer conhecê-los! Estamos profundamente satisfeitos de fazer parte dessa oportunidade de inserção de vocês no mercado de trabalho, mas, muito mais do que isso, pela colaboração que temos certeza que todos vocês tem condição de nos dar”, disse.

Os novos colaboradores do Poder Judiciário também tiveram a oportunidade de se manifestar e foram auxiliados pelo intérprete de libras.

Juliana Carlos Pereira, colaboradora do CETEFE, usando a linguagem brasileira de sinais.

Juliana Carlos Pereira agradeceu a oportunidade e abordou a dificuldade que existe no mercado de trabalho “A gente tem muita dificuldade com trabalho e isso vai ajudar muito, vou aprender muito. Muito obrigada!”

Homem, portador de deficiência física, fala para os colegas colaboradores.

“Realmente é uma satisfação muito grande, é o meu primeiro emprego depois que me acidentei e tem sido muito difícil pra mim. Graças a Deus estou me superando e quero agradecer a todos vocês que estão dando essa oportunidade para cada um de nós. Independente da nossa deficiência, todos temos alguma dificuldade mas essa dificuldade é superada. Estamos aqui para realmente mostrar isso, que a gente também pode prestar um serviço de qualidade independente da situação que enfrentamos”, destacou o Gabriel, colaborador de 29 anos.

Ao final, o presidente do TJES reiterou os agradecimentos a todos: “Pelo que ouvimos aqui, todos estão satisfeitos, mas muito mais satisfeitos estamos nós por poder participar desse momento de inserção das pessoas surdas e também de outras pessoas, como o Gabriel falou, e por termos a chance de viver esse momento com vocês. Isso é importantíssimo para nós. Muito obrigado!”, concluiu o desembargador Fabio Clem de Oliveira.

Um pouco de história

O STJ iniciou há 10 anos um projeto de contratação de 500 deficientes auditivos para promover o escaneamento do acervo. A iniciativa permitiu a digitalização de 374 milhões de páginas de mais de 1 milhão de processos, ao mesmo tempo em que ofereceu emprego para centenas de pessoas. Atualmente, a equipe de colaboradores surdos é composta por 150 pessoas, que trabalham em regime de seis horas de trabalho, em dois turnos.

Vitória, 02 de agosto de 2022

 

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