2º Vara de Família da Serra realiza oficina de Constelação Familiar

Grupo de 6 mulheres e um homem de pé em círculo.

O método já vem sendo utilizado para pacificar conflitos em diversos estados brasileiros e está alinhado está alinhado à Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que trata da Política de Tratamento Adequado aos Conflitos.

Na última terça-feira (09), o juiz titular da 2ª Vara de Família da Serra e presidente do Fórum Permanente de Juízes de Família do TJES (FORFAM), Fábio Gama, convidou as partes de um processo para participarem de uma oficina de Constelação Familiar. O método, que já é utilizado por diversos estados brasileiros, busca a pacificação social e está alinhado à Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que trata da Política de Tratamento Adequado aos Conflitos.

A oficina foi realizada pela facilitadora de Constelação Familiar, Denise Machado, e pela advogada e presidente da Comissão de Direito Sistêmico de Itaquera (SP), Roberta Moreira, que estavam no estado para apresentar uma palestra a juízes, servidores e promotores de justiça.

Em uma dinâmica sensorial, vivencial e confidencial, a Constelação Familiar retratou a situação de um casal divorciado que disputa a guarda da filha de 9 anos de idade. Além das partes do processo, outras 4 pessoas voluntárias atuaram como representantes do caso. Cada uma assumindo determinado papel no contexto.

“Na constelação, o olhar para as partes é amplo. Isso permite enxergar todo o sistema familiar, a partir das conexões entre as gerações: de onde as pessoas vieram, quem são seus genitores, o que há por trás daquele conflito. Ou seja, as partes do processo não são vistas apenas como números e papéis”, destacou Denise.

No caso específico, ficou claro que tanto o pai como a mãe carregam problemas em seus sistemas familiares, com seus antepassados, o que acaba refletindo na vida da criança. “A menina sabe que há uma disputa, mas não quer tomar partido e fica dividida, sofrendo. Ao olharmos para as dores desse pai e dessa mãe, ambos puderam olhar para a dor da filha. Os efeitos da constelação ainda vão começar a atuar. O essencial é que as partes estejam abertas para a mudança”, analisou Roberta.

Para o juiz Fábio Gama, as constelações podem contribuir para humanizar os processos e produzir soluções efetivas: “Todos os dias levo os problemas das famílias para casa. Muitas vezes uma sentença não resolve a situação. Sinto que precisamos ir além do papel e da caneta. Então, quando surge uma novidade como essa no direito, por que não tentar? Acredito que essa é uma ferramenta que pode efetivamente ajudar as pessoas a resolverem pacificamente suas questões”.

Juízes, servidores do TJES e promotores de justiça participaram de palestra sobre Direito Sistêmico.

Ao longo da semana, Roberta e Denise apresentaram a palestra “Direito Sistêmico: Um novo olhar para as relações no Sistema de Justiça”, na sede da AMAGES. Na ocasião, juízes e servidores do Poder Judiciário do Espírito Santo, além de membros do Ministério Público, puderam aprofundar seus conhecimentos sobre a ferramenta.

“Descoberta pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, a Constelação Familiar investiga as relações interpessoais de um sistema familiar, através das conexões entre as gerações. Está baseada em 3 princípios: Pertencimento, Hierarquia, e Equilíbrio entre dar e receber”, explicou Denise.

No Poder Judiciário Brasileiro, o primeiro a utilizar o método foi o juiz Sami Storch, há cerca de 5 anos, na Comarca de Valença, na Bahia. Entre os casos mais comuns levados às constelações estão guarda de filhos, divórcios, inventário, endividamento e outros conflitos familiares.

De acordo com Roberta, as técnicas podem ser aplicadas tanto em fase pré processual, nos Cejuscs, como após a homologação da sentença. “Ao adotar a postura sistêmica, o mediador ou o juiz, ou quem quer que seja o facilitador, com uma simples frase pode trazer leveza para a situação. E dessa forma, as partes começam a refletir e caminhar para uma solução pacificadora. A gente costuma usar uma frase do Gandhi: Seja a mudança que você quer ver no mundo”, finaliza Roberta.

Vitória, 12 de julho de 2019

 

 

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